29 outubro 2012

Filmes Nacionais Completos

Muitos professores gostam de trabalhar conteúdos de história através de filmes, é realmente uma ferramenta muito útil e que costuma dar bons resultados. O problema é que muitas vezes é difícil achar o filme que procuramos, nem todo mundo gosta de baixar filmes da internet (malditos protetores de links) e muitas vezes os filmes que queremos não são facilmente encontrados nas locadoras. Navegando por ai encontrei uma lista no youtube que achei fantástica, são diversos filmes nacionais completos disponíveis com um clic. Tem desde filmes clássicos, como filmes de Glauber Rocha, até filmes mais novos, como "O Cheiro do Ralo" e "Quanto vale ou é por Quilo?" Quem quiser conhecer a lista, é só clicar nesse link

25 outubro 2012

Pro dia Nascer Feliz

Pro Dia Nascer Feliz é um documentário que mostra um pouco da diversidade que existe no sistema educacional brasileiro. Ajuda a compreender o abismo que existe entre regiões e entre as escolas brasileiras,  é um ótimo meio de visualizar o que Bourdieu chama de Capital Cultural e como isso acaba influenciando no sucesso e no insucesso escolar.
Para quem não conhece, recomendo muito que assista na integra.


23 outubro 2012

MAUS

Eu estava lendo uma revista e vi uma reportagem sobre uma HQ chamada MAUS, lembrei que já tinha conhecido ela na época da faculdade e resolvi revisitar esse clássico. MAUS não é um gibi qualquer, é o único gibi que ganhou um prêmio Pulitzer.
Além disso, esse grande trabalho de Art Spiegelman tem outra característica que o torna único, é um texto biográfico que retrata os horrores no nazismo através da história do pai de Spiegelman. Vale a pena conhecer este trabalho e ter contato com uma forma nada convencional de retratar os horrores da 2ª Guerra Mundial.

Confira nos links abaixo esse grande trabalho:
Tomo 1
Tomo 2

18 setembro 2012

Saídas de Campo

As saídas de campo são sempre um momento importante para o aprendizado de história, é uma oportunidade de dar ludicidade para um conteúdo que muitas vezes é tido como muito teórico e abstrato. Nas saídas de campo o aluno tem a oportunidade de presenciar espaços cheios de significado e entender um pouco melhor a ideia de Patrimônio Cultural, além disso, as saídas de campo acabam sendo um ótimo momento para descontrair e estreitar laços entre os colegas e entre professores e alunos.
Abaixo uma foto da turma de EJA da escola Erna Würth em uma agradável visita a Guaíba, cidade que tem o título de Berço da Revolução Farroupilha por ter sido o local de onde os farrapos participaram para dar inicio a longa guerra que marcou a história do RS.

Pessoal do EJA, quem quiser as fotos da nossa visita a Guaíba é só clicar aqui

23 julho 2012

A DÍVIDA EXTERNA DA EUROPA

Existe um texto, disponível na internet, que segundo algumas fontes foi um discurso proferido por um Cacique  de uma nação indígena da América Central para uma platéia de lideres Europeus. A discussão sobre a veracidade desse acontecimento pode ser lida clicando aqui.
De qualquer forma, sendo o fato verdadeiro ou não, o texto é ótimo e serve para uma boa reflexão sobre as conquistas na América e toda a história do colonialismo europeu.
Segue o texto:


Índio surpreende chefes na reunião de cúpula

Com linguagem simples, que era transmitida em tradução simultânea para mais de uma centena de chefes de estado e demais dignatários da Comunidade Européia, o discurso do Cacique Guaicaipuro Cuatemoc provocou um silêncio inquietante na audiência quando falou:

"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a encontraram só há 500 anos.

O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento, com juros, de uma divida contraída por um Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.

Outro irmão europeu, um rábula, me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.

Eu também posso reclamar pagamento, também posso reclamar juros.

Consta no Arquivo das Índias. Papel sobre papel, recibo sobre recibo, assinatura sobre assinatura que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América

Terá sido isso um saque?

Não acredito porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento!

Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão

Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas que qualificam o encontro de "destruição da Índias" ou Arturo Uslar Pietri, que afirma que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos retirados das Américas!

Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.

Eu, Guaicaipuro Cuatémoc, prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.

Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "Marshal-tezuma", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho diário e outras conquistas da civilização.

Por isso, ao celebrarmos o Quinto Centenário desse Empréstimo, poderemos nos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo desses recursos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indo-americano Internacional?

É com pesar que dizemos não.

No aspecto estratégico, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem um outro destino a não ser terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como um Panamá, mas sem o canal.

No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros, quanto se tornarem independentes das rendas liquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.

Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar. E nos obriga a reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos para cobrar.

Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros que os irmãos europeus cobram aos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos emprestados, acrescidos de um módico juro fixo de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos.

Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 180 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total seriam precisos mais de 300 cifras, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra.

Muito peso em ouro e prata! Quanto pesariam calculados em sangue?

Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para pagar esses módicos juros seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demêncial irracionalidade dos pressupostos do capitalismo.

Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam aos índo-americanos.

Porém exigimos a assinatura de uma carta de intenções que discipline aos povos devedores do Velho Continentes e que os obrigue a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permita nos entregá-la inteira como primeira prestação da dívida histórica."

Nova ortografia portuguesa

O assunto aqui não é história, mas como todo mundo precisa saber escrever bem, achei por bem divulgar esse interessante material. Trata-se de um joguinho de tabuleiro que nos ajuda a fixar algumas regrinhas do novo acordo ortográfico, boa diversão e bom aprendizado.

Para acessar, clique aqui

Da servidão moderna, por Eliani Gracez*

Segundo o documentário “Da servidão moderna”, de Jean-François Brient, que está na internet com um apelo marxista, a escravidão não terminou, apenas mudou sua ideologia. A escravidão moderna é voluntária. O novo escravo escolhe o amo que ele quer servir, e com isso se julga livre. Estranha modernidade, diz o documentário, uma classe que não quer enxergar a sua servidão, não conhece a rebelião. Não luta mais pela sobrevivência ou por um lugar ao sol, luta por um objeto que lhes dê status social. A aglomeração em que vive e mora o escravo moderno é reflexo da servidão. Semelhante a jaulas e prisões.

O escravo moderno paga por sua jaula, e nela acumula mercadoria, sonhando em ser feliz. A ideologia de massa despoja cada ser de si mesmo. Não é mais a demanda que determina a oferta, mas sim a oferta que determina a demanda. E assim o escravo compra o que lhe é imposto – o modelo novo de celular, o carro com alta tecnologia. O velho computador não serve mais, o escravo moderno precisa de um computador de última geração, mesmo que seja só para acessar o Facebook. O escravo moderno não está no comando da situação, a situação comanda o escravo. A cada instante surgem novas necessidades para o escravo moderno, e é mais fácil aceitar a demanda imposta pelo mercantilismo do que lutar contra ela. E o que dizer da alimentação do escravo moderno? É quando ele se alimenta que demonstra melhor o estado de sua decadência. Sem tempo para se alimentar melhor, o escravo moderno se obriga a engolir rápido o que a indústria agropecuária produz. Consome o que a indústria da falsa abundância lhe permite consumir. A falsa ilusão da abundância de escolha pelos alimentos disfarça a degradação dos conservantes e corantes, dos pesticidas e hormônios. Irmãos menores, parafraseando São Francisco, são mortos cruelmente para servir de alimento. Mas o escravo moderno não se importa com isso. A regra do consumo é o prazer imediato. Como resultado deste prazer, o escravo está se tornando obeso.

A produção de energia, de alimento e de lixo está acabando com o planeta. As mudanças em termos de cuidados para com a natureza planetária são superficiais. E tudo continua como era antes. Para o escravo moderno não se rebelar contra o sistema consumista, houve uma inversão de valor. No passado, o trabalho era para quem não tivesse nobreza. Hoje, o trabalho enobrece o homem. Com esse pensamento o escravo alienou-se mais ainda. Com tanto trabalho, passam a vida a produzir aquilo que somente alguns terão direito de usufruir. Triste servidão! Obedecer, produzir e consumir, eis a regra. O escravo moderno obedece aos pais, obedece aos professores, obedece ao patrão. “De tanto obedecer, adquire reflexos de submissão”. Da obediência surge o medo de aventurar-se, medo de arriscar-se. O escravo moderno não sabe viver sem o poder que o criou, por isso ele continua a obedecer. O poder que governa o mundo tem o consentimento do escravo moderno, ele está disposto a pagar o preço por todo esse consumismo. O escravo moderno também precisa de um Deus, por isso entrega sua alma ao deus do dinheiro. Em nome desse novo deus, o escravo moderno estuda, trabalha, luta e serve fielmente. Em nenhum outro tempo alguém serviu tanto a um Deus como nos dias de hoje. O escravo moderno entende que o novo deus o libertará. Como se o dinheiro andasse de mãos dadas com a liberdade. O novo deus ninguém ousa recriminar. E assim a forma de poder forma escravos para o novo deus desde a infância. Crianças aprendem pela televisão que é possível usar daquilo que é mais baixo para vender qualquer coisa. Vender é tudo o que importa ao sistema consumista. O consumismo está acabando com o planeta.
*FILÓSOFA CLÍNICA

14 junho 2012

Os índios do Século XXI

*Por José Ribamar Bessa Freire**

"Índio quer tecnologia" - berra O Globo, em chamada de primeira página
(25/05). Lá está a foto de um guerreiro Kamayurá, que usa um iPhone para
fotografar o terreno da Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, no Rio de
Janeiro, onde será construída a aldeia Kari-Oca que vai sediar eventos
paralelos da Conferência Rio+20. Ele viajou de barco e de ônibus, durante
três dias, com mais vinte índios do Alto Xingu, de quatro nações
diferentes. Chegaram na última quinta-feira, para construir a aldeia
Kari-Oca.

Na aldeia que eles vão construir formada por cinco ocas - uma delas será
uma oca eletrônica hight-tech - mais de 400 índios que vivem no Brasil
discutirão com índios dos Estados Unidos, Bolívia, Peru, Canadá, Nicarágua
e representantes de outros países temas como Código Florestal, demarcação
de terras, reservas minerais, crédito de carbono, clima, usinas
hidrelétricas, saberes tradicionais, direitos culturais e linguísticos. No
final, produzirão um documento que será entregue à ONU no dia 17 de junho.

Embora a notícia contenha informações jornalísticas, O Globo insiste em
folclorizar a figura do índio. Em pleno século XXI, o jornal estranha que
índios usem iPhone, como se isso fosse algo inusitado. Desta forma, congela
as culturas indígenas e reforça o preconceito que enfiaram na cabeça da
maioria dos brasileiros de que essas culturas não podem mudar e, se mudam,
deixam de ser "autênticas".

A imagem do índio "autêntico" reforçada pela escola e pela mídia é a do
índio nu ou de tanga, no meio da floresta, de arco e flecha, tal como foi
visto por Pedro Álvares Cabral e descrito por Pero Vaz de Caminha, em
1.500. Essa imagem ficou congelada por mais de cinco séculos. Qualquer
mudança nela provoca estranhamento.

Quando o índio não se enquadra nesta representação que dele se faz, surge
logo reação como a esboçada pela pecuarista Kátia Abreu, senadora pelo
Tocantins (PSD, ex-DEM): "Não são mais índios". Ela, que batizou seus três
filhos com os nomes de Irajá, Iratã e Iana, acha que o "índio de verdade" é
o "índio de papel", da carta do Caminha, que viveu no passado, e não o
"índio de carne e osso" que convive conosco, que está hoje no meio de nós.

Na realidade, trata-se de uma manobra interesseira. Destitui-se o índio de
sua identidade com o objetivo de liberar as terras indígenas para o
agronegócio. Já que a Constituição de 1988 garante aos índios o usufruto de
suas terras - que são consideradas juridicamente propriedades da União- a
forma de se apoderar delas é justamente negando-se a identidade indígena
aos que hoje as ocupam. Se são ex-índios, entã, não têm direito à terra.

Criou-se, através dessa manobra, uma nova categoria até então desconhecida
pela etnologia: a dos "ex-índios". Uma categoria tão absurda como se os
índios tivessem congelado a imagem do português do século XVI, e
considerassem o escritor José Saramago ou o jogador Cristiano Ronaldo como
"ex-portugueses", porque eles não se vestem da mesma forma que Cabral, não
falam e nem escrevem como Caminha.

O cotidiano de qualquer cidadão no planeta está marcado por elementos
tecnológicos emprestados de outras culturas. A calça jeans ou o paletó e
gravata que vestimos não foram inventados por brasileiro. A mesa e a
cadeira na qual sentamos são móveis projetados na Mesopotâmia, no século
VII a. C., daí passaram pelo Mediterrâneo onde sofreram modificações antes
de chegarem a Portugal, que os trouxe para o Brasil.

A máquina fotográfica, a impressora, o computador, o telefone, a televisão,
a energia elétrica, a água encanada, a construção de prédios com cimento e
tijolo, toda a parafernália que faz parte do cotidiano de um jornal
brasileiro como O Globo - nada disso tem suas raízes em solo brasileiro. No
entanto, a identidade brasileira não é negada por causa disso. Assim, não
se concede às culturas indígenas aquilo que se reivindica para si próprio:
o direito de transitar por outras culturas e trocar com elas.

Foi o escritor mexicano Octávio Paz que escreveu com muita propriedade que
"as civilizações não são fortalezas, mas encruzilhadas". Ninguém vive
isolado, fechado entre muros. Historicamente, os povos em contato se
influenciam mutuamente no campo da arte, da técnica, da ciência, da língua.
Tudo aquilo que alguém produz de belo e de inteligente em uma cultura
merece ser usufruído em qualquer parte do planeta.

Setores da mídia ainda acham que "índio quer apito". Daí o assombro do
Globo, com o uso do iPhone pelos Kamayurá, equivalente ao dos americanos e
japoneses se anunciassem como algo inusitado o uso que fazemos do
computador ou da televisão: "Brasileiro quer tecnologia".

O jornal carioca, de circulação nacional, perdeu uma oportunidade singular
de entrevistar integrantes do grupo do Alto Xingu, como Araku Aweti, 52
anos, ou Paulo Alrria Kamayurá, 42 anos, sobre as técnicas de construção
das ocas. Eles são verdadeiros arquitetos e poderiam demonstrar que "índio
tem tecnologia". O antropólogo Darell Posey, que trabalhou com os Kayapó,
escreveu:

"Se o conhecimento do índio for levado a sério pela ciência moderna e
incorporado aos programas de pesquisa e desenvolvimento, os índios serão
valorizados pelo que são: povos engenhosos, inteligentes e práticos, que
sobreviveram com sucesso por milhares de anos na Amazônia. Essa posição
cria uma ‘ponte ideológica’ entre culturas, que poderia permitir a
participação dos povos indígenas, com o respeito e a estima que merecem, na
construção de um Brasil moderno”.

Esses são os índios do século XXI. A mídia olha para eles, mas parece que
não os vê.

*Fonte:* Diário do Amazonas

** José Ribamar Bessa Freire é professor-coordenador o Programa de Estudos
dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de Pós-Graduação em
Memória Social (UniRio)*

24 maio 2012

Salário de Professor

Podem falar o que quiserem do Juremir Machado, mas que ele defende os professores disso eu não tenho dúvida. Na coluna de hoje, no Correio do Povo, ele escreve um belo texto sobre a questão salarial dos professores. Confiram:

Na boa, o que tem de safado e de charlatão neste mundo! Especialistas de araque, que enchem os bolsos dando pareceres sob encomenda, inventaram um argumento cretino para relativizar as demandas de professores por aumento de remuneração: salário não garante qualidade nem dobra o aprendizado dos alunos. É a sacanagem na milésima potência. Segundo o último Censo do IBGE, as carreiras de professor de ensino fundamental e médio continuam tendo as piores compensações salariais do Brasil em relação a todas as outras de profissionais com nível superior. Um professor de ensino fundamental ganha em média 59% do que recebe um outro trabalhador formado em universidade.

Salário é determinante. Pagar bem permite atrair os melhores. Ganhar bem possibilita atualizar-se, ir ao cinema, viajar, comprar livros, abrir horizontes, manter-se motivado, fazer cursos e tudo o que se sabe e vale para qualquer profissão. Vá dizer a um juiz que ganhar bem não dobra a qualidade das suas sentenças! Explique a um alto executivo que a qualidade da sua gestão não está diretamente relacionada aos seus ganhos. Convença um centroavante que fazer muitos ou poucos gols nada tem a ver com o que ele embolsa no final do mês. O Brasil mente em termos de educação. A hipocrisia corre solta. No fundo, a maioria acha que ser professor de ensino fundamental é barbada e, como exige muita gente, tem de pagar pouco mesmo. Se o cara quer ganhar mais, que vá estudar para ser juiz ou alto executivo de algum banco.

Minha função é abalar as crenças de alguns: salário é tudo. Só pode cobrar mérito quem paga decentemente. A questão dos salários dos professores no Brasil tem a ver com (baixo) poder de pressão, prioridades invertidas e péssima distribuição dos recursos públicos entre as diversas prestadoras de serviço. Em bom português, juízes, deputados, promotores e outros ganham muito, professores ganham pouco. É preciso mexer nessa pirâmide. Se o Brasil quiser dar um salto terá de colocar o professor em primeiro lugar. Isso passa por uma elevação substancial de salários. O ovo ou a galinha? Qualificar primeiro para aumentar os salários depois? Aumentar os salários é o caminho para a qualificação. Não se trata de uma relação mecânica, mas complementar. O resto é papo.

O "especialista" que pontifica sobre a relatividade dos salários na relação com o mérito deve realizar o mesmo trabalho, com a mesma convicção, pela metade do que ganha. É tudo lorota. Conversa para professor dormir em pé. Tem consultor pomposo que adora falar em fuga de cérebros. Obviamente para conter esses cérebros geniais é preciso oferecer-lhes salários atrativos. Algumas pistas, a partir dessa ideia, para entender professores: eles têm cérebro, muitos desses cérebros são brilhantes, como qualquer cérebro, o de professor quer ser estimulado e recompensado adequadamente pelo seu trabalho. Continuamos na política nacional da "enrolation": tentar convencer professor a dar tudo, ganhando pouco, por amor ao ofício. Não cola mais. Está na hora da virada. É grana no bolso.


Extraído de: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=117&Numero=237&Caderno=0&Editoria=120&Noticia=425757

29 março 2012

MEC e Iphan disponibilizam publicação que promove a educação patrimonial nas escolas brasileiras


Escolas que aderirem ao Programa receberão equipamentos para elaboração e divulgação de inventários do patrimônio local.
O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta terça-feira, 20 de março, o primeiro fascículo sobre Educação Patrimonial no Programa Mais Educação. O material disponível em http://bit.ly/iphamaiseducacao e que também será distribuído às escolas que optarem pela atividade é o primeiro do kit que englobará outros dois.
A ideia do projeto realizado em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-Iphan é que os estudantes realizem inventários dos patrimônios locais nos territórios nos quais as escolas estão inseridas. Ao escolher desenvolver o projeto sobre Educação Patrimonial, a escola receberá recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) – Educação Integral – para aquisição de equipamentos audiovisuais. Desta forma, poderão elaborar e divulgar os inventários produzidos.
Serão máquinas fotográficas com a função filmagem; gravadores de áudio digital (MP3); HD externo; tripé de câmera; cartucho colorido de impressora ou apoio para serviço de impressão; fichas para o inventário, além de R$ 1.000,00 (mil reais) como apoio para as saídas de campo; e outros R$ 700,00 (setecentos reais) para produzir exposições, encontros, rodas de memória, mostras de filmes, e outros, a partir dos resultados do inventário.
O segundo fascículo, em elaboração, apresentará conceitos importantes para o desenvolvimento do trabalho como, por exemplo, cultura, memória e identidade. O terceiro trará um repertório de possíveis ações educativas ligadas ao tema. Também está em elaboração um caderno com orientações para a realização do inventário.
A parceria entre MEC e Iphan
A parceria foi iniciada ainda em 2010 e consolidada a partir da participação do MEC no II Encontro Nacional de Educação Patrimonial – II ENEP, realizado em Ouro Preto (MG) em julho de 2011.
A Educação Patrimonial passou a integrar o Macro-campo “Cultura e Artes” do Programa Mais Educação com uma atividade específica que vem sendo construída pelo Grupo Técnico interdepartamental formado com esse fim, e coordenado pela Ceduc/DAF.
O Programa Mais Educação da Secretaria de Educação Básica do MEC envolve, atualmente, 30 mil escolas das redes municipais e estaduais. Em 2012, a expansão do Programa deve incluir, pela primeira vez, escolas de ensino fundamental no campo, com a perspectiva de ingresso de 5 mil escolas da área rural.
O Mais Educação integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), como uma estratégia do Governo Federal para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular, na perspectiva da Educação Integral. Essa estratégia promove a ampliação de tempos, espaços, oportunidades educativas e o compartilhamento da tarefa de educar entre os profissionais da educação e de outras áreas, as famílias e diferentes atores sociais, sob a coordenação da escola e dos professores.
Trata-se da construção de uma ação intersetorial entre as políticas públicas educacionais e sociais, contribuindo, desse modo, tanto para a diminuição das desigualdades educacionais, quanto para a valorização da diversidade cultural brasileira, reconhecendo que a educação deve ser pensada para além dos muros da escola, e considerar a cidade, o bairro e os bens culturais como potencialmente educadores, eles próprios.
Fazem parte do programa o Ministério da Educação, o Ministério da Cultura, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Ministério do Esporte, o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Defesa e a Controladoria Geral da União.

06 março 2012

A história dos presidentes da República Brasileira

Algumas coisas que surgem na internet são ótimas para usar em sala de aula e tornar a aula mais divertida e dinâmica. O Estadão criou um painel que conta, resumidamente, a trajetória de todos os presidentes do Brasil, de Deodoro da Fonseca até a Dilma.
Confira o link, vale muito a pena:

http://www.estadao.com.br/especiais/de-deodoro-a-dilma,128452.htm?id=30

23 fevereiro 2012

Khaled Hosseini - Afeganistão


Quando a gente pensa no Afeganistão a primeira coisa que vem a mente é um lugar árido e tomado por guerras, parece que a história do Afeganistão é a história dos conflitos que ocorrem neste país. Pouca gente conhece o povo deste local, seus costumes, seu passado...

Khaled Housseini é um autor afegão, radicado nos EUA, que conta um pouco da história da sua terra através dos seus romances. Autor de "O caçador de Pipas" e a "Cidade do Sol", Housseini fala das mudanças que alteraram  drasticamente (para pior) a forma de viver no Afeganistão.
Em cada romance o autor busca explorar um elemento da vida no Afeganistão, em o Caçador de Pipas as diferenças étnicas marcam o pano de fundo do texto e em a Cidade do Sol é a vida das mulheres que é destaca pelo autor.
É uma leitura que vale a pena para quem quer viajar por um lugar distante e com uma cultura tão peculiar.

Confira o trailer do filme "O Caçador de Pipas"